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Listas de espécies ameaçadas de extinção. Qual o significado das categorias de ameaça? Quais os principais critérios avaliados? Quem avalia?

A União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) tem avaliado o estado de conservação de espécies, selecionadas em escala global, nos últimos 50 anos, para destacar os organismos ameaçados de extinção e assim promover a sua conservação.

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A primeira Lista Vermelha ou Lista das espécies ameaçadas foi criada em 1963. De lá para cá, várias listas foram atualizadas, com inclusão de novas espécies, alterações de categorias e novas formas de classificação. Essas listas são consideradas os relatórios mais detalhados do mundo sobre o estado de conservação das espécies e trazem um histórico de como temos lidado com essa situação de perda de biodiversidade.

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Os critérios avaliados para classificar uma espécie em uma das categorias, são os seguintes:

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A. Redução da população (passada, presente e/ou projetada);

B. Distribuição geográfica restrita e apresentando fragmentação, declínio ou flutuações;

C. População pequena e com fragmentação, declínio ou flutuações;

D. População muito pequena ou distribuição muito restrita;

E. Análise quantitativa de risco de extinção.

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Atualmente, são consideradas 9 categorias de avaliação pela IUCN:

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O que significa cada uma dessas categorias?

 

EXTINTA (EX)

Quando não restam dúvidas de que o último indivíduo dessa espécie tenha morrido.

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EXTINTA NA NATUREZA (EW)

Quando a espécie só possui representantes em cultivo, cativeiro ou quando existe uma população dessa espécie em um local que não seria esperado, fora da sua distribuição natural.

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CRITICAMENTE EM PERIGO (CR)

Risco EXTREMAMENTE ALTO de extinção na natureza.

Bem resumidamente, pois são avaliados vários fatores em cada um dos critérios, uma espécie é enquadrada nessa categoria, quando ocorre:

A. Redução da população superior ou igual a 80%;

B. A área de ocorrência da espécie é menor do que 100 km2 e a área de ocupação (dentro da área de ocorrência podem haver locais que a espécie não ocupa diretamente para sua sobrevivência, esses locais não contam para a área de ocupação) menor do que 10 km2.

C. População pequena e grupos pequenos da espécie estão em locais diferentes: redução da população em 25% em uma geração.

D. População muito pequena e em muito poucos locais: número de indivíduos capazes de se reproduzir e perpetuar a espécie menor do que 50.

E. Probabilidade de extinção da população na natureza maior ou igual a 50% em 10 anos ou 3 gerações.

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EM PERIGO (EN)

Enfrentando um risco MUITO ALTO de extinção na natureza.

Uma espécie é enquadrada nessa categoria (bem resumidinho), quando ocorre:

A. Redução da população superior ou igual a 50%;

B. A área de ocorrência da espécie é menor do que 5.000 km2 e a área de ocupação (dentro da área de ocorrência podem haver locais que a espécie não ocupa diretamente para sua sobrevivência, esses locais não contam para a área de ocupação) menor do que 500 km2.

C. População pequena e grupos pequenos da espécie estão em locais diferentes: redução da população em 20% em 5 anos ou 2 gerações.

D. População muito pequena e em muito poucos locais: número de indivíduos capazes de se reproduzir e perpetuar a espécie menor do que 250.

E. Probabilidade de extinção da população na natureza maior ou igual a 20% em 20 anos ou 5 gerações.

 

VULNERÁVEL (VU)

Enfrentando um risco ALTO de extinção na natureza.

Uma espécie é enquadrada nessa categoria (bem resumidinho), quando ocorre:

A. Redução da população superior ou igual a 30%;

B. A área de ocorrência da espécie é menor do que 20.000 km2 e a área de ocupação (dentro da área de ocorrência podem haver locais que a espécie não ocupa diretamente para sua sobrevivência, esses locais não contam para a área de ocupação) menor do que 2.000 km2.

C. População pequena e grupos pequenos da espécie estão em locais diferentes: redução da população em 10% em 10 anos ou 3 gerações.

D. População muito pequena e em muito poucos locais: número de indivíduos capazes de se reproduzir e perpetuar a espécie menor do que 1.000.

E. Probabilidade de extinção da população na natureza maior ou igual a 10% em 100 anos.

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QUASE AMEAÇADA (NT)

Uma espécie considerada QUASE AMEAÇADA ainda não se enquadra em VU, EN ou CR, mas isso pode ocorrer em um futuro próximo.

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MENOS PREOCUPANTE (LC)

São, geralmente, espécies que ocorrem em várias regiões do planeta (ampla distribuição) e em populações com grande número de indivíduos (abundantes).

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DADOS INSUFICIENTES (DD)

Não é possível avaliar a espécie, pois falta informação.

Pode ser uma espécie bem conhecida em relação a sua biologia, mas sem dados suficientes sobre sua distribuição e população, o que impede de fazer as avaliações necessárias. Para estes casos, há a necessidade de mais pesquisa.

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NÃO AVALIADA (NE)

A espécie não foi avaliada de acordo com os critérios da IUCN.

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No Brasil, também é usada a categoria REGIONALMENTE EXTINTA/EXTINTA NO BRASIL (RE)

Quando a extinção ocorre em uma determinada região, onde não há dúvidas de que o último indivíduo que poderia reproduzir na região morreu ou despareceu da natureza. Então, pode ocorrer que uma espécie tenha sido extinta no BRASIL (RE), mas ainda existe em outras regiões do mundo.

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O que a gente pode concluir, é que dessas 9 categorias, 3 são as que incluem as espécies AMEAÇADAS de extinção, sendo elas: vulnerável, em perigo e criticamente em perigo.

Quem faz as avaliações para categorizar as espécies?

Pesquisadores (biólogos) especialistas são os responsáveis por cada grupo de espécies ou área geográfica. Na IUCN existe um Comitê de Sobrevivência das Éspecies que faz parcerias com esses grupos especializados do mundo todo. No Brasil, grupos especialistas são organizados para fazer listas vermelhas por estado e a lista nacional é organizada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

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E como está a situação das espécies ameaçadas de extinção no Brasil e no Mundo em 2017?

No mundo, estão ameaçados (IUCN, 2017):

Animais: 12.926 espécies ameaçadas. Entre elas estão:

1.196 de mamíferos

1.460 de aves

1.185 de répteis

2.100 de anfíbios

2.371 de peixes

237 de corais

Plantas: 12.102 espécies ameaçadas

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No Brasil, estão ameaçados (IUCN, 2017):

Animais: 989 espécies ameaçadas. Entre elas estão:

81 de mamíferos

169 de aves

29 de répteis

36 de anfíbios

87 de peixes

22 de moluscos

Plantas: 532 espécies ameaçadas

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Para finalizar, apenas 5% de todas as espécies descritas do planeta, até o momento, foram avaliadas, segundo os critérios da IUCN e categorizadas. 

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Texto e imagens: Susane Melo. Foto lobo-guará: Tambako The Jaguar/Flickr. Fontes: IUCN, ICMBio.

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